Quando escrevi o artigo anterior sobre Ergonomia das cavernas às minas, fiquei angustiada com as leituras sobre as condições de trabalho na Antiguidade. Minha ideia era de escrever um post falando das condições de vida dos mineiros dentro das minas naquela época., mas não imaginava que ainda este ano teríamos uma notícia que nos aproximasse tanto dos textos sobre história da patologia no trabalho como esta que estamos acompanhando dos mineiros presos na jazida San José no deserto do Atacama onde são explorados cobre e ouro.
Pior ainda foi saber que nos dias de hoje o governo responsável pela jazida San José não cumpriu com as normas de segurança previstas para a exploração de minas. Não se pode ter apenas uma entrada para uma mina. Qualquer acidente que aconteça faz com que os trabalhadores fiquem literalmente sem saída.
Pior ainda foi saber que nos dias de hoje o governo responsável pela jazida San José não cumpriu com as normas de segurança previstas para a exploração de minas. Não se pode ter apenas uma entrada para uma mina. Qualquer acidente que aconteça faz com que os trabalhadores fiquem literalmente sem saída.
Apesar da irresponsabilidade, para contrabalançar a situação, existe a tecnologia que conseguiu encontrar os mineiros e dar a eles condições de subsistência até que se consiga, de fato, retirá-los de lá. Mas, e o psicológico? E a família? E o futuro destes trabalhadores? O que temos que aprender com isto e com mineiros? Acredito que este é o verdadeiro big brother e que ninguém escolheu estar lá. Nenhum deles pretende ganhar 1 milhão mas, simplesmente a vida.
Quando falo em ergonomia cidadã, falo do que vai além das aplicações de regras de segurança, falo dos direitos e também do dever de buscar as garantias de um trabalho seguro apesar da necessidade de sobrevivência.
Com certeza, temos ainda muito que aprender.
