setembro 20, 2010

Acessibilidade

Falar de acessibilidade é algo politicamente correto nos dias de hoje, mas não podemos falar deste assunto de forma rasa, como um discurso político cuja retórica é apenas para impressionar e não transformar uma sociedade.

Para a maioria das pessoas se deslocar pela cidade, entrar e sair de estabelecimentos é algo que transcorre naturalmente.
Porém, para o deficiente físico não é algo tão fácil. Nossas ruas e calçadas parecem mais com uma pista para veículos off-road. São muitos os obstáculos a serem vencidos.

Imagine esta cena: você sentado em uma cadeira de rodas dentro de sua casa.
Imaginou? Tudo bem? Agora, por favor, você pode se deslocar, sozinho, até o centro da cidade para resolver um problema com sua conta corrente no banco?  

Qual o primeiro obstáculo a vencer? Talvez seja um degrau ou uma escada.
Ok, se você conseguiu sair de sua casa sozinho, agora irei torcer para que o banco seja próximo de sua casa, que tenha calçadas planas, com largura suficiente para sua cadeira passar, que não tenha árvores com raízes salientes que se tornam obstáculos e deformam ou estouram o piso, que as cestas de lixo bem como os postes estejam bem posicionados, e que existam rampas por onde você possa descer para atravessar a rua. Falando em ruas, que existam faixas para pedestres e que os motoristas respeitem os transeuntes não medindo forças com eles.

Depois de vencer estas prováveis barreiras você chegará ao seu destino. Venceu? Se sim, que bom, você chegou! Espero que o estabelecimento também tenha rampas e que elas não sejam muito inclinadas, afinal seus braços já estão cansados.
Depois de vencer todos os obstáculos físicos espero que você vença as questões burocráticas que tem para resolver e faça o caminho de volta para casa. Cansou? Eu também, só de imaginar.

Para estas questões a ergonomia tem uma bagagem teórica que pode auxiliar a pessoa que é responsável por projetos e obras, seja de estabelecimentos privados ou públicos, ou ainda a pessoa que vai reformar sua casa ou construi-la.

Através de dados referentes às dimensões físicas (antropometria), gasto energético (fisiologia), força muscular (biomecânica), percepção da sinalização (psicologia), princípios que facilitam o uso (usabilidade) e atenda a maioria das pessoas (projeto universal), a ergonomia norteia as escolhas que devem ser feitas.
O resultado de qualquer projeto apoiado neste arcabouço teórico é o maior número de pessoas atendidas com segurança e conforto.

Acredito que este tema “acessibilidade” tem muitos desdobramentos. Portanto, em um próximo post irei fornecer dados mais objetivos para projetos apoiados na ergonomia.
Até breve!

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