outubro 21, 2011

Novos caminhos para a Saúde e a Segurança no Trabalho

Por Bernadete Vilhena
Saúde e segurança no trabalho é um tema sério e que está longe de ser resolvido. A imagem social fica desgastada mediante aos ainda elevados números de acidentes dentro das empresas. Segundo a OIT – Organização Internacional do Trabalho nosso país ocupa o 4º lugar em número de óbitos, ficando atrás somente da China, EUA e Rússia. A principal causa apontada pelos especialistas é o descumprimento das Normas Básicas de proteção e as ruins condições dos processos e ambientes de trabalho.


O acidente de trabalho é uma sucessão de perdas. Nesse contexto vemos que a empresa perde, o trabalhador perde, perde a sociedade e principalmente precisamos ter a consciência do lugar onde acontece o maior impacto: a família do acidentado. As perdas produtivas mesmo que pequenas e temporárias provocam desgastes psicológicos em todos trazendo com ela a incerteza da recuperação das funções corporais e da capacidade de trabalho.
As pesquisas acadêmicas mostram que o modelo atual brasileiro é insuficiente para prevenir, atender e incluir o trabalhador vítima de acidentes. Um caminho viável para melhorar essa realidade é um maior investimento na prevenção e não no assistencial, assim é preciso uma ação pró-ativa, preventiva e adaptativa.
Um olhar mais atento às doenças ocupacionais dentro dos Programas de Qualidade de Vida no Trabalho também é fundamental. Temos muito conhecimento para iniciarmos a “era da afetividade” dentro das empresas, onde todo trabalhador deverá ser tratado holisticamente e não como mais um recurso produtivo. Um aspecto importante que precisa ser discutido é o alerta que muitos especialistas na área fazem:
A segurança no trabalho começa na valorização de si mesmo.
E no que diz respeito à Segurança no Trabalho, este sentimento faz toda a diferença,
como nos fala o prof. Múcio Morais “Vivemos em um país não muito afeito ao cumprimento de regras, as pessoas se sentem desafiadas, muitas vezes até afrontadas. Falta-lhes maturidade, consciência para entender que regras e normas são pensadas para a sua segurança. As emoções, o ímpeto, a cultura, a formação, a autoconfiança e as circunstâncias dizem não a disciplina, mas a razão deve sempre dizer sim. Embora as motivações para seguir ou não procedimentos sejam diferentes, todas têm a mesma origem e estão em nossas emoções geradas a partir da percepção de mundo.”
Eu acredito que muitos acidentes poderiam ser evitados se cuidássemos do aspecto comportamental dos trabalhadores. Programas de Qualidade de Vida pensados tendo como base o desenvolvimento pessoal da equipe onde a promoção da autoconsciência corporal, do autoconhecimento e do autoamor fariam a diferenças para a conquista de dias melhores e novos caminhos para a saúde e segurança no trabalho.

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